Frutas com bolor — Ana Rita Mateus – Equal Food Ir para o conteúdo
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Frutas com bolor 🍋

Frutas com bolor 🍋

Na luta contra o desperdício, será que às vezes vamos longe demais?

Vivemos um tempo em que aproveitar é um ato de consciência. Queremos reduzir o desperdício, valorizar cada alimento e dar um destino melhor ao que antes ia parar ao lixo. Mas há uma linha entre aproveitar com consciência e arriscar a nossa saúde. Frutas com bolor, aquela compota esquecida na porta do frigorífico ou o resto de molho de tomate que sobrou da pizza... será que é mesmo seguro dar-lhes uma segunda oportunidade? 

Quando vemos um pontinho de bolor numa fruta, é fácil pensar que basta retirar a parte afetada. Sempre ouvimos: “Corta o bolor e come o resto, não sejas esquisito/a!”. Mas o que não vemos é que o fungo pode já ter-se espalhado por todo o alimento, mesmo que apenas uma pequena zona esteja visivelmente alterada.

O bolor é composto por fungos microscópicos que formam raízes invisíveis (as chamadas hifas) e, em muitos casos, produzem micotoxinas, substâncias tóxicas que não desaparecem ao cozinhar ou aquecer. Estas toxinas podem acumular-se no organismo ao longo do tempo, afetando o sistema imunitário, o fígado e os rins.

Não é uma questão de “dar uma dor de barriga”, é algo mais silencioso. Pequenas doses, ingeridas diariamente ao longo da nossa vida, afetam a nossa saúde a longo prazo, como afetam o sistema imunitário, fígado e rins. A aflatoxina B1, por exemplo, é comprovadamente carcinogénica para humanos, com efeitos conhecidos sobre o fígado.

frutas e legumes sazonais

Vale mesmo a pena arriscar a nossa saúde por um pedaço de fruta com bolor?

Nem tudo é igual! Isto é válido para frutas, vegetais, doces ou compotas, e queijos moles, entre outros alimentos de elevada humidade, todos eles devem ser descartados se apresentarem bolor.

A única exceção aplica-se a alimentos mais duros, como cenouras, queijos curados ou enchidos secos, onde o bolor tende a ficar mais superficial, dado a sua textura mais dura. Nesses casos, pode-se remover uma margem generosa de cerca de 2,5 cm ao redor da zona afetada, embora o risco nunca seja totalmente eliminado. 

Em caso de dúvida, o melhor é sempre optar pela segurança! Ser sustentável não significa comer tudo a qualquer custo! Significa valorizar os alimentos de forma inteligente, planeando, armazenando e aproveitando antes de chegarem ao ponto de deterioração.

Algumas dicas simples para reduzir desperdício com segurança:

  • Armazenar corretamente: frutas e legumes sensíveis (como morangos ou tomates) devem ser guardados em locais frescos e ventilados.
  • Comprar apenas o necessário: quantidades adequadas ao consumo reduzem perdas.
  • Planear as refeições: usa primeiro os alimentos mais perecíveis.
  • Reaproveitar com criatividade: transforma frutas muito maduras em compotas, bolos ou batidos — mas nunca com sinais de bolor!
  • Evitar danos no transporte e manuseamento.
  • Congelar sobras: molhos de tomate, pesto ou sopas podem ser congelados e usados mais tarde.
limao com bolor

E quando o alimento já não está em condições?

Em vez de o deitar simplesmente no lixo, podes transformá-lo em composto, um fertilizante natural que devolve nutrientes à terra e fecha o ciclo de forma ecológica. Se tiveres espaço, uma compostagem doméstica é uma ótima forma de aproveitar resíduos orgânicos. Se não, há cada vez mais pontos de compostagem comunitária em cidades e vilas. 

Queremos um mundo mais sustentável, com menos desperdício e mais respeito pelo alimento. Mas essa sustentabilidade nunca deve comprometer a nossa saúde. Aproveitar com consciência é reconhecer o valor dos alimentos, também respeitar os seus limites.

Porque no fim, ser sustentável é cuidar do planeta… e de nós!

 

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